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La Chica de Mochila ensina como ir de trem a Machu Picchu.

La Chica de Mochila ensina como ir de trem à Machu Picchu.  Existem dois perfis comuns de roteiro para quem vai à Machu Picchu de trem: fazer tudo em um dia só ou pernoitar em Águas Calientes.

Apesar de ser uma grande entusiasta da trilha inca, reconheço que estas opções podem ser as melhores para quem está fora de forma, tem problemas de saúde, pouco tempo de viagem  ou mesmo não é muito fã de trekking.

Trem: opção para quem quer conhecer Machu Picchu sem fazer a trilha inca. Foto: Perurail

Machu Picchu em em um dia só

O trem sai de Cusco rumo a Águas Calientes entre 06h00 e 07h00 e chega em torno das 10h00 na cidade. O retorno costuma ser por volta das 16h00, dependendo do trem escolhido.

Machu Picchu sempre vale a pena, mas é importante saber que não dará tempo de pegar senha para escalar Huayna Pichu, montanha que dá uma vista panorâmica do complexo arqueológico. Além disso, você fará a visita no horário de pico dos demais turistas. Na alta temporada (julho e agosto), prepare-se para conviver com um certo “auê” que reduz consideravelmente a paz do lugar.

Chegando na cidade-base para subir até Machu Picchu, você deverá pegar um micrôonibus que custa USD 7,00 cada trecho.

Atenção: não esqueça de comprar a entrada para Machu Picchu direto em Cusco. Isso te economizará um tempo precioso em Águas Calientes.

Machu Picchu com pernoite em Águas Calientes (RECOMENDADO)

Nesse caso, você chega com calma em Águas Caliente, com tempo para dar uma voltinha na cidade (que é bem pequena), jantar leve e dormir cedo. Eu não fui às águas termais, que dão nome à cidade, mas ouvi de outros turistas que é um programa perfeitamente dispensável, para não dizer uma roubada!

No dia seguinte, você estará de pé às 4h00 da matina para pegar o microônibus a partir das 05h30 ou subir até Machu Picchu por conta própria em um caminho que corta a estrada. Pense bem, pois pode ser cansativo para quem pretende emendar com a escalada de 2 horas à montanha Huayana Pichu.

Aliás, encarar  a subida à Huayna Pichu é um dos principais motivos de quem pernoita em Águas Calientes. Como o acesso é controlado, você precisará garantir sua senha logo cedo, optando por um destes horários: 07h00 ou 10h00. São 200 pessoas por turno somente.

Lembre-se também que esta empreitada exige preparo físico, roupa e tênis adequados, água e repelente, para dizer o mínimo.

Informações sobre os trens para Machu Picchu.

Expedition: ótimo custo-benefício para a rota Cusco-Machu Picchu. Foto: Perurail

A Perurail oferece 3 opções de trem para fazer a rota Cusco-Machu Picchu. Do mais para o menos luxuoso, são eles  Hiram Bingham, Vendome e Expedition, que custam USD 299, USD 71,00 e USD 56,00 por trecho, respectivamente. Você pode comprar pelo site da compania, em alguma agência de turismo ou na própria estação de trem, mas não esqueça de fazer isso com antecedência mínima de 48 horas.

O Expedition, que eu peguei depois de fazer a trilha inca, é destinado a mochileiros e viajantes econômicos. Achei excelente e muito confortável, sobretudo ao levar em conta que tudo que envolve Machu Picchu já é bem inflacionado. Dá uma olhada nesse vídeo, em inglês, para conferir mais detalhes do trem e da viagem:

A diferença para o Vistadome são alguns pequenos luxos como refeição regional, poltronas de couro, janelas mais amplas e até um showzinho folclórico. Já o Hiram Bingham é praticamente um pacote de luxo, incluindo refeição a bordo, entrada e visita guiada à Machu Picchu e ainda um lanche da tarde no Machu Picchu Sanctuary Lodge.

Os trens saem e chegam na Estación Poroy, cerca de 20 min de Cusco, o que dá uns 10 soles de táxi. O trajeto leva de 3h30 a 4 horas. Há ainda outras opções de rota dos trens, com paradas na estação de Ollantaytambo. Confira todos os detalhes no site da Perurail.

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Quanto custa a trilha inca?

Quanto custa a trilha inca?                                                                           O pacote da trilha inca clássica, de 4 dias, varia bastante de acordo com a agência. 

Pé na trilha: Compare preços e pacotes antes de fechar o passeio.

Geralmente, o valor inclui: transporte de van até o quilometro 82 da ferrovia Cusco-Quillabamba (onde se inicia o percurso); equipe de apoio com guia, carregadores e infra-estrutura de camping;  refeições para todos os dias na trilha; entrada e visita guiada ao sitio arqueológico de Machu Picchu e trem de retorno a Cusco ou Ollantaytambo.

Por esse serviço  paguei na El Dorado USD 307 dólares no 1o. semestre de 2010.  Hoje, o valor atualizado está em USD330,00, sendo que estudantes com carteirinha internacional da ISIC pagam USD 305,00.

Esta cotação é, sem dúvida, uma das melhores do mercado e o meu relato pessoal com a El Dorado é dos mais positivos. Nas demais agências, o valor médio é de USD500,00, podendo até ultrapassar os USD800,00. Mas além da minha opinião, acho recomendável que se busque o maior número possível de indicações para avaliar com segurança os prós e contras de cada empresa.

De qualquer modo, desconfie de quem cobrar muito menos do que eu paguei, pois isso pode ser sinônimo de má remuneração à equipe o que, além de injusto, reflete na qualidade do serviço.

Para quem quiser contratar um carregador particular para levar a mochila e todos os seus pertences (o que eu não fiz), acrescente cerca de USD90,00.

Nos custos, inclua ainda uma gorjeta de pelo menos 30 soles por pessoa a ser dada em retribuição ao árduo trabalho da equipe durante esses 4 dias. Quem conferir de perto, sentirá que, além de ser uma gentileza, é o mínimo a ser oferecido, apesar de não ser obrigatório.

Também é útil levar pelo menos 30 soles a mais para comprar água e outros produtos de última hora que são vendidos por locais em alguns poucos pontos do caminho.

SALKANTAY

>>> Para quem fizer a trilha alternativa de Salkantay, com duração de 5 dias,  custa a partir de USD285,00, também na El Dorado. Nesse caso, é possível pagar à parte para um cavalo carregar seus pertences. Desembolsando um pouco a mais, você poderá optar por uma categoria superior de hotel na última noite, em Águas Calientes.

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 Viagem à Machu Picchu: Por que eu fiz a trilha inca.
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Viagem à Machu Picchu: Por que eu fiz a trilha inca.

Viagem à Machu Picchu: Por que eu fiz a trilha inca.                            Eu já havia ouvido falar muito da trilha inca e achava simplesmente que não era para mim. Aos 25 anos, nunca tinha acampado propriamente, tinha certa aflição de passar 4 dias sem tomar banho e duvidada da minha capacidade de andar não sei quantos quilômetros sob sol, chuva ou frio intensos. 

Trilha inca – E não é que era pra mim?

Por outro lado, não estava muito feliz dormindo no meu quarto em São Paulo, com um edredom ótimo e usando carro para me locomover sem cansar os pés.  É… quando nossa zona de conforto fica grande também é sinal de que nosso mundo está ficando pequeno.

Nessas horas, com o perdão dos possíveis clichês, não há remédio melhor do que se propor a viver. São aqueles momentos em que a gente só leva o essencial na mala e na cabeça e se dá um passe livre para experimentar o mundo que existe além da nossa rotina. E foi assim que me apaixonei pela idéia de viajar sozinha por 9 semanas pela América do Sul, coroando esse momento com a trilha inca clássica.

Catedral de Cusco

Após meses de pesquisa e preparação, lá estava eu pedindo saúde e proteção na belíssima Catedral de Cusco, que fica na Praça de Armas da cidade. Não sou católica, mas rezei com fé e a minha maneira.

Já na manhã seguinte, às 06h15, fui a primeira a entrar na van da Kintu Expeditions. Quando os outros integrantes do grupo foram chegando, não demorei a perceber que, para minha sorte, boa parte da experiência seria composta pelo relacionamento com aquelas pessoas.

Emma, Matt, Fabiana, Glauber, eu e Kazu. Companhia querida na trilha inca.

E assim foi. Com Glauber e Fabiana, de Brasília, aprendi a admirar a cumplicidade de um casal. Percebi que fazer a trilha era mais um dos vários  objetivos em comum que os uniam felizes há 15 anos. Além disso, assim como eu, eles tinham o ritmo “devagar e sempre”, o que nos permitiu compartilhar conversas longas das mais distintas, de orquídeas à planos para viagens futuras.

Com Matt e Emma, um casal jovem de australianos, tive uma lição de simpatia, parceria e, sobretudo, confiança. Ela havia pedido demissão para repensar a vida. Ele havia reprogramado as finanças para viabilizar o sonho da noiva, que viajaria sozinha por 5 meses pela América do Sul. Há 2 meses, recebi com alegria o convite de casamento deles!

E ainda havia Kazu, japonês, de Osaka, que surpreendeu a todos com seu pique e disposição para interagir apesar das barreiras lingüísticas e culturais. Ele havia chegado em Cusco após um vôo longo e cansativo, com a mala extraviada, sem dormir e com o fuso totalmente trocado. Ainda assim, no mesmo dia, emendou corajosamente o percurso. Sem falar na disciplina e prontidão extremas!

Quanto a equipe, Hernán, nosso guia, respondia com ânimo às milhares de perguntas que fazíamos. Também não há como esquecer da gentileza dos carregadores que, além de fazerem um trabalho muito duro, nos acordavam todas as manhãs com uma caneca de chá de coca fumegante para aplacar o frio. E ainda havia o cozinheiro que preparava uma comida energética e saborosa, apesar das circunstâncias adversas.

Carregadores na trilha rumo ao pico da montanha Warmiwañusca. Superação aos 4.200 metros de altitude.

Há ainda muitas outras pessoas, com as quais cruzei por alguns instantes, mas que através de um sorriso ou de uma palavra de incentivo me transformaram positivamente. Guardo na lembrança o momento em que, no segundo dia, enfrentei quase 9km de subida ininterrupta para atingir o pico da montanha Warmiwañusca, a 4.200 metros de altitude. Depois de horas de caminhada, avistei algumas dezenas de pessoas que estavam lá em cima, no ponto mais alto, esperando para aplaudir e parabenizar aqueles que, ofegantes e quase sem ânimo, completavam o trajeto.

São momentos pequenos compartilhados com muitas pessoas que nunca mais verei, mas por isso mesmo tão especiais. Por essas razões, e por muito mais, incentivo todos a participarem dessa experiência.

Vasculhe essa série de posts que eu preparei para o La Chica de Mochila. Se inspire, vá e depois me conte suas impressões!

>>> Como ir: Para chegar a Machu Picchu, você precisa pegar um vôo com destino a Lima. São 5 horas partindo de São Paulo e algumas das companias que te levam são LAN, TAM e TACA. A partir de Lima, você fará uma escala ou conexão e seguirá por mais 1h15 rumo a Cusco. De ônibus, o trajeto Lima-Cusco pode ser feito pela Cruz Del Sur, mas leva 21 horas! De Cusco, os viajantes seguem para Machu Picchu de trem ou por meio de alguma das trilhas.

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Machu Picchu: Conheça um dos destinos mais lindos e intrigantes do mundo.

Tudo sobre Machu Picchu!                                                                          Eis que um dia, em uma conversa casual, da onde saem as melhores idéias, uma amiga me tira por completo a vontade de fazer um terceiro mochilão às principais capitais da Europa. Seu argumento era simples e direto: Por que conhecer um lugar que há décadas permanece relativamente igual, sendo que existem tantos outros a ponto de sumirem do mapa ou mudarem completamente?

O que ela queria dizer, a grosso modo, era que Paris sempre estaria ali com suas pontes, luzes e igrejas lindas, enquanto alguns povoados preciosos do Peru mudavam social, política e economicamente tão rápido que corremos o risco de nos depararmos com um cenário tão globalizado quanto vazio de origens dentro de poucos anos.

Além do mais, eu sabia como escrever Eiffel, Notre Dame e Buckingham, mas naquele momento não tinha idéia da grafia correta de Machu Picchu (Matchu Pitchu, Macchu Pichu, Machu Pichu???). Chega, eu precisava  de um banho de latinidade já!

Movida por essa certeza, fui ficando cada vez mais fascinada com a cultura dos nossos vizinhos sul-americanos e, em especial, com Machu Picchu. Afinal, o lugar é:

–       Símbolo do império inca que, junto aos maias e astecas, é uma das maiores e mais importantes civilizações da América pré-colombiana.

–      Um fascinante centro religioso, político e administrativo que ficou mais de 5 séculos coberto pela vegetação até ser descoberto, em 1911, pelo pesquisador americano Hiram Bingham.

–       Exemplo da arquitetura e engenharia brilhantes dos incas. As construções, tanto agrícolas quanto religiosas, eram baseadas no encaixe milimetricamente perfeito das pedras.

–       Patrimônio cultural e natural da humanidade, segundo a UNESCO.

–       Uma das sete maravilhas do mundo moderno.

Com essas 5 pistas, logo vi que era preciso não só ir à Machu Picchu, mas também percorrer a trilha inca e descobrir mais sobre a mística que envolvia o lugar! Assim, iniciei uma das jornadas mais surpreendentes da minha vida, que conto mais detalhadamente nos posts que publicarei ao longo da semana. Serão dois novos posts por dia. Acompanhe:

Viagem à Machu Picchu: Por que eu fiz a trilha inca. 
Trilha inca clássica e Salkantay. Preciso reservar ou posso comprar em Cusco?
Quanto custa a trilha inca? 
A trilha inca é segura? 
Como se preparar fisicamente para a trilha inca? 
Qual o nível de conforto na trilha inca? 
Qual a melhor época para fazer a trilha inca ? 
O que levar na trilha inca? 
O que esperar de cada dia da trilha inca? 
Como é a alimentação na trilha inca? 
La Chica de Mochila ensina como ir de trem à Machu Picchu
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Águas Calientes: onde ficar e comer na cidade base para quem vai a Machu Picchu. 
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