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Igrejas, museus, San Blas – Monte seu roteiro para desvendar a cidade de Cusco.

Igrejas, museus, San Blas – Monte seu roteiro para desvendar a cidade de Cusco.

O centro de Cusco é uma aula de história ao ar livre. É daqueles lugares que, quando você menos espera, pode topar com uma pedra que na realidade foi uma elaboradíssima construção inca com mais de 500 anos.

Entre as características mais marcantes da cidade está a sobreposição da cultura católica espanhola aos costumes indígenas. Abalados por uma guerra civil, os nativos ofereceram pouca resistência quando os conquistadores alcançaram a capital do império inca em 1532, trazendo armas, cavalos e doenças devastadoras.

Contudo, os incas era tão brilhantes em sua arquitetura, engenharia e habilidades manuais, que muito da sua cultura permaneceu após a colonização. Um exemplo é a construção das igrejas, que usou como base a resistente estrutura de pedra dos templos incas.

 A escola de pintura cusqueña, que se desenvolveu nos séculos XVI e XVII, também reflete o encontro do talento dos índios e mestiços com os ensinamentos  e a técnica dos artistas jesuítas vindos da Europa, muitos deles da Itália.

Para desvendar a cidade de Cusco, separe ao menos um dia para caminhar com calma pelas suas ruas. Aqui, alguns dos lugares do centro histórico que adorei conhecer e recomendo aos viajantes:

Catedral: Símbolo da Plaza de Armas, a maior e mais bonita igreja de Cusco começou a ser construída no século XVI com pedras retiradas de importantes construções incas da região. Seu interior impressiona com altares de ouro, estátuas, pinturas e murais que trazem claras influências indígenas, como é o caso do Puma esculpido na sua porta principal.  As visitas, que são pagas (s/20), podem ser feitas das 10h00 às 18h00, diariamente. Mais cedo, a igreja abre apenas para os freqüentadores das missas.

 Q’Orikancha: O belo templo foi construído no reinado do inca Pachacutec em homenagem ao sol. Por tratar-se de um símbolo divino, a construção era refinada, suntuosa e repleta de objetos de ouro. Hoje, após sucessivos saques, sobraram as estruturas de pedra resistentes aos terremotos que foram usadas pelos espanhóis na construção da Igreja de Santo Domingo. Vale um tour guiado disponível de segunda a sábado das 08h30 às 17h30. A entrada custa s/10 e a visita ao museu do local está incluída no boleto turístico, sobre o qual escrevi neste post.

Igreja La Compañia e Igreja La Merced – Para quem quiser apreciar arte Cusqueña, vale visitar a primeira igreja que fica na Plaza de Armas e costuma ser ofuscada pela Catedral. Ali é possível ver um  mural representando a união de um conquistador espanhol com uma princesa inca. Já La Merced fica mais ao sul e guarda uma preciosidades: um recipiente de hóstias de ouro maciço incrustado com pedras preciosas.

Museu de Arte Precolombino: Dentre todos os museus da cidade (Museu Inka, Museu Hilário Mendívil, Museu de Arte Contemporânea, Museu de Arte Religiosa, etc), destaco este como meu preferido. Além de bem conservado, com ótimas explicações sobre as obras expostas, o museu conta com uma vasta coleção de cerâmicas, jóias e esculturas precolombinas, abrangendo não apenas a cultura inca, mas também a Nasca, Mochica, Huari e Chimu. Funciona diariamente das 09h00 às 22h00 e o ingresso custa s/20.

San Blas: O bairro fica ao norte da Plaza de Armas e é uma dos locais mais charmosos de Cusco por reunir uma série de artistas, ateliers e bares que atraem os turistas boêmios. Na praça de San Blas há uma feira de artesanato sempre movimentada e divertida. Lá, também pode-se visitar uma pequena, porém interessante, igreja de adobe.

Dica: Na Praça de San Blas está um dos melhores restaurantes da cidade,o Pacha Papa. Ideal para quem quer provar um dos pratos típicos do Peru, como o Cuy ao forno (espécie de porco da índia),  a carne de alpaca ou o lomo saltado.

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El Encuentro e Green Organic: 2 restaurantes em Cusco para comer bem e saudável.

El Encuentro e Green Organic: 2 restaurantes em Cusco para comer bem e saudável.

Quem chega em Cusco não demora a ouvir o conselho “andar despacito, comer poquito y dormir solito”. Isso porque a cidade está a 3.500 metros de altitude e boa parte dos turistas demora pelo menos um dia para se adaptar  e deixar de sentir os efeitos do soroche, como são chamados os enjôos e dores de cabeça de maior ou menor intensidade ocasionados por essa mudança brusca.

Para evitar esse contratempo, você não precisa necessariamente comer poquito, mas sim optar por refeições leves, que também podem ser muito saborosas e nutritivas. Pensando nisso, seguem duas boas dicas de restaurantes testados pelo La Chica de Mochila.

 El Encuentro

Preços incríveis e comida caprichada! Fotos: El Encuentro

É o melhor custo-benefício da cidade e foi paixão à primeira vista assim que provei os pratos com ingredientes orgânicos, integrais e preparados com tanto carinho. E mais: onde comer um menu digníssimo com direito a bebida, sopa, salada e prato principal por 6 soles (MENOS DE 4 REAIS) ? E isso justamente em Cusco, um lugar bem inflacionado pelo turismo. É pra amar mesmo!

No El Encuentro, você degusta uma bela comida vegetariana, super bem temperada, como deve ser. O astral do restaurante é bacana e te convida a compartilhar a mesa com outros viajantes. Além do menu do dia, existem boas opções a la carte,  entre 8 e 15 soles, como saladas, panquecas, massas, sanduíches, omeletes e outros pratos criativos como o Chicharrón, uma especialidade peruana, adaptado com carne de soja.

São 3 unidades bem localizadas que abrem no almoço e no jantar. Tome nota: Calle Choquechaca no.136, Tigre no. 130 e Santa Catalina  no. 384 (minha preferida!). Uma dica: chegue cedo, pois o El Encuentro é muito procurado e as opções de menu por esse preço  excelente vão acabando com o passar das horas.

Veja o cardápio completo e mais informações aqui.

Green Organic

Pratos com alimentos orgânicos e sustentáveis. Fotos: Green Organic

 Para uma experiência mais gourmet, mas mantendo a culinária natural, o Green Organic é uma boa pedida. As refeições são elaborados com base no comércio justo e sustentável e todos os alimentos servidos vem de pequenos produtores do Vale Sagrado, região vizinha à Cusco.

Um diferencial do restaurante é a composição dos pratos, que é feita pelo próprio cliente. No menu, há uma seção de proteínas, com peixes e carnes, que pode ser combinada com guarnições da lista de carboidratos, cereais, legumes ou massas.

Pedi uma truta com tabule de quinua e purê de batata e um suco de pêssego, banana e morango que valeu um repeteco. O preço de 50 soles, em média, por pessoa reflete a originalidade do lugar, que tem uma atmosfera moderna e acolhedora, com algumas mesas com vista para a Plaza de Armas.

Vai lá: Calle Santa Catalina Angosta 135, Piso 2. Aberto diariamente das 12h00 às 21h30. Mais informações no site.

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Três passeios nos arredores de Cusco que você precisa fazer.

Três passeios nos arredores de Cusco que você precisa fazer.

Cusco é um destino super disputado na América do Sul. Afinal, é ponto de partida para Machu Picchu, um dos complexos arqueológicos mais importantes do mundo! No entanto, o entorno da cidade reserva outras boas surpresas que merecem alguns dias da sua viagem. Saiba quais são e como conhecê-las.

Boleto Turístico de Cusco

 O boleto turístico

Chegando em Cusco, uma das primeiras providências a serem tomadas é comprar este boleto que será seu passaporte para 16 atrações localizadas na cidade e nos arredores.

O lugar mais prático para adquiri-lo é a Oficina Executiva do Comitê do Boleto Turístico, que fica na Av. El Sol, no. 103, a 5 minutos de caminhada da Plaza de Armas.

O valor, um tanto salgado, de 130 soles é a melhor opção para o viajante, já que os lugares contemplados pelo boleto não vendem entradas avulsas. Para estudantes com carteirinha da ISIC, o preço cai para s/70.

Obs: Embora o boleto seja imprescindível no acesso a alguns dos principais locais de interesse, incluindo partes dos 3 tours descritos abaixo, vale ressaltar que pontos como a Catedral (s/25), Q’oricancha (s/10), o Museu de Arte Precolombino (s/20) e o Museu Inka (s/10) cobram entradas à parte.

Veja aqui, em detalhes, quais lugares fazem parte do boleto.

 1) City tour 

Qorikancha, Tambomachay e Sacsayhuamán

É um passeio que dura meio dia e geralmente é feito na parte da tarde, a partir das 14h00. Nele, você conhecerá boa parte da história da fundação da cidade imperial de Cusco, visitando as ruínas de Q’oricancha, bem no centro da cidade, e Sacsayhuamán, Q’enqo, Pucapuara e Tambomachay, estas a um raio de até 11km da Plaza de Armas.

Destaque para Sacsayhuamán, que representa a cabeça de Cusco, já que a cidade foi planejada para ter o formato de um Puma, animal sagrado para os incas. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham trabalhado na construção deste importante complexo militar do século XV. Hoje, além das ruínas, é possível aproveitar a linda vista panorâmica  que o local oferece.

2) Vale Sagrado

Mercado de Pisac, Ollantaytambo e comunidade têxtil em Chinchero.

É um dos passeios mais bacanas, na minha opinião, por combinar visitas históricas às ruínas com o contato com os moradores das cidades do Vale. Muitos deles, aliás, ainda falam quéchua, a língua nativa dos índios da região.

Por unir passado e presente, o tour é uma verdadeira aula de sociologia in loco. Sendo assim, capriche na escolha da agência para pegar um guia bem legal!

O passeio, que dura um dia inteiro, começa rumo à Pisac. Aqui, há um tradicional mercado de rua às terças, quintas e domingos que rende boas compras em artesanatos, roupas de alpaca, acessórios de prata, além de farta exposição de frutas, verduras e legumes típicos.

Em seguida, há um almoço em Urubamba, para degustar a culinária cusqueña, acompanhada por um pisco sour ou uma chicha morada e um show de música peruana.

De Urubamba, o tour percorre mais 19km até Ollantaytambo, onde está uma das zonas arqueológicas mais interessantes do Vale Sagrado. Você verá de perto um conjunto de construções incas com finalidades agrícolas, religiosas, militares e administrativas.

O dia termina com um passeio por Chinchero e suas casas de adobe, passando por uma igreja colonial que data do século XVII e uma comunidade de artesãos que mostram o processo natural de tingimento das lãs com as quais são feitos artesanatos e roupas.

3) Moray & Maras

Terraços agrícolas e artesanato em Moray e salineiras de Maras.

Menos popular do que os dois outros passeios, o tour pode ser feito na parte da manhã. Particularmente, foi uma grata surpresa na minha viagem!

Em Moray, a 48 km de Cusco, pode-se ver de perto um verdadeiro laboratório agrícola dos incas. Trata-se de uma estrutura circular gigante composta por diversos terraços que possuem microclimas diferentes. Isso possibilitou o crescimento de uma farta diversidade de grãos, que foram a base da alimentação inca e são, até hoje, a raiz da culinária local, como é o caso do maiz (milho).

Na sequência, você será surpreendido pela impressionantes vista das salineiras de Maras, que parecem uma pintura em tons de marrom, bege e branco nas montanhas. São uma série de tanques irrigados pelo rio que, quando secam, formam blocos de sal que são extraídos e vendidos pelos moradores locais.

PS: Os roteiros mencionados aqui podem sofrer alterações de acordo com o itinerário da cada agência.

Agências

A inegável vocação turística de Cusco  vem acompanhada por milhares de agências e representantes que seguramente te abordarão nas ruas oferecendo passeios. Além da sempre recomendável pesquisa de preços, cheque os detalhes do pacote  e busque referências sobre as empresas.

Andina Travel, Explorandes e Inka Terra são algumas das mais reconhecidas. Porém, prepara-se para preços voltados para gringos do hemisfério norte. Para tarifas mais amistosas e serviço igualmente confiável (mas sem tantos luxos), recomendo a Reserv Cusco. (ver observação da leitora Ana Maria na caixa de comentários).

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