Há alguns meses fiz um post sobre La Paz, declarando o quanto eu acredito que mais pessoas podiam abandonar preconceitos e visitar a Bolívia. Hoje, resolvi escrever sobre Sucre, o coração simbólico da nação. Isso porque, apesar do governo ter se mudado para La Paz no final do século 19, na constituição a cidade continua a ser considerada capital do país. Foi aqui, inclusive, que proclamaram a independência da Bolívia.
Eu poderia tentar me alongar nas explicações históricas, afinal a cidade é patrimônico histórico da Unesco, mas confesso que o que ficou na minha mente foi mais um registro visual e afetivo, uma vontade de contar pros outros “Ei, você precisa conhecer Sucre!”. Pra começar, algumas fotos:
O centro histórico de Sucre é ou não é uma graça? Tem ainda canteiros de flores bem cuidados, senhores tranqüilos batendo papo na praça e estudantes ziguezagueando com suas mochilas pelas transversais. Os casarões coloniais estão bem preservados e abrigam belos pátios internos. Os conventos, igrejas e museus centenários são todos brancos, o que dá um charme especial ao local. Aliás, Sucre é conhecida como ciudad blanca e quem pintar a casa de uma cor escura pode até ser multado pela prefeitura.
Tem também duas outras características da cidade que me cativaram de vez. A primeira é que Sucre é famosa pelo seu chocolate e abriga dezenas de docerias, como a deliciosa Para Ti . Uma barrinha de chocolate com quinua e um café são a pedida certa no fim de tarde. A segunda é que a cidade tem o Museu de Artes Indígenas, um passeio imperdível que resgata as raízes dos povos Jalq’a e Tarabuco através dos desenhos, cores e técnicas apuradíssimas de seus artesanatos. São trabalhos preciosos que traduzem parte importante da cultura indígena de ontem e hoje na América Latina.

Lado a lado: trabalhos da cultura Tarabuco e Jalq’a/ Foto: http://www.incapallay.org
No museu é possível ver as artesãs em ação e também comprar peças que seguem o modelo de comércio justo, onde a maior parte do valor de venda vai para o produtor. Ainda sobre esse assunto, aos domingos (se programe para estar em Sucre nesse dia), tem a célebre feira de Tarabuco. E lá fui eu, a procura de ‘artesanatos com alma’, pegar a van de 1 hora até a cidade. Existem inúmeras excursões, mas ir de transporte público, trocando uma idéia com os simpáticos nativos, é uma experiência muito bacana e autêntica.
Na feira vale afiar o olhar. No meio de artigos industrializados, há peças raras e originais feitas em teares manuais da cultura Tarabuco. É quase uma missão arqueológica separar o joio do trigo, mas depois da visita ao Museu de Artes Indígenas você vira quase um especialista!
>>> Pra mim esse tipo de artigo tem status de relíquia, então costumo insistir bastante no tema, como já deve ter dado pra perceber 😉
Mas voltando a Sucre, e aos passeios pelo centro histórico, indico o Museo de La Catedral, onde fica a linda capela da Virgem de Guadalupe, a reluzente e dourada igreja Nuestra Senora de La Merced e o Convento San Felipe Neri, que tem um terraço maravilhoso com vista imperdível da cidade. Vale também bater perna pelo Mercado Central.
Para comer, acabei comprando coisas no supermercado SAS e cozinhando na pousada Wasi Masi, uma hospedagem com excelente custo benefício. Também almocei duas vezes no vegetariano El Gérmen, que é gostoso e baratíssimo.
O que mais dizer sobre Sucre? Que é a cidade mais segura da Bolívia, a mais bela, que é um centro de aprendizado que atrai estudantes de diversos países? Enfim, Sucre é tipo um amigo legal que você quer apresentar pra todo mundo, sabe?
Inclua a cidade no seu roteiro e depois não deixe de me contar suas impressões. Para chegar lá, são 15 horas de ônibus a partir de La Paz, 3 horas de Potosí, 12 horas de Cochabamba e 9 horas de Uyuni (com uma troca de ônibus em Potosí).
Olá 🙂 Tudo bem?
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia Paulista
Nossa, que bacana! Adoro o Viaje na Viagem!!
Nossa o seu post transformou em palavras o que eu sinto sobre Sucre. Estive lá no ano passado (voei de Santa Cruz de La Sierra para lá com uma paisagem incrível da janelinha do avião) e amei a cidade! Na época, acontecia a abertura dos jogos entre as universidades e teve até um desfile dos estudantes com trajes típicos pelas ruas. Lindo de se ver e ouvir!
Que legal, Beatriz. O objetivo do post é esse mesmo, reunir fãs da cidade e despertar a vontade de outros viajantes a conhecerem esse destino! Viva Sucre!
Adorei a cidade! Me animei a conhecer!
Tô indo ao Equador em julho, você é parcialmente responsável pela escolha! 😉
Abs,
Lu, que legal que você está indo para o Equador. Depois me conta, por favor, suas impressões do país. Espero que goste tanto quanto eu 🙂
Abs,
Camila Camargo
La Chica de Mochila
Camila, tudo bem?
Estarei no Chile em setembro e quero ir até o Salar de Uyuni, seguindo de lá para La Paz. Estou procurando várias informações na internet sobre como devo fazer o descolamento entre Calama e/ou San Pedro do Atacama para Uyuni. Já ouvi falar de trens, ônibus e até vans que cruzam a fronteira Chile/Bolívia.
Enfim, como devo fazer esse deslocamento? Você pode me ajudar?
Meu email: viniciusmendes90@gmail.com
Obrigado
Ola, Camila
Existe alguma outra alternativa de transporte de La Paz a Sucre (trem, aviao)? Grata
Oi Camila. Amei seu relato.
Vou para Bolívia em abril de 2015 estou montando meu roteiro. Vc indica ficar qto tempo em Sucre? Chegarei em Santa Cruz e de lá vou a Sucre.
Obrigada