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Buenos Aires pela primeira vez. O que visitar em 3 dias?

Buenos Aires pela primeira vez. O que visitar em 3 dias?

Verdade seja dita: na primeira vez que conhecemos uma cidade,  por mais ou menos “turistão” que a gente seja, dá vontade de ver de perto aqueles pontos turísticos clássicos para, porque não, tirar uma foto para a posteridade!

Apesar do meu perfil ser um pouco mais slow traveller, dedicando um tempo para simplesmente se deixar levar pela cidade, confesso que entendo essa vontade e claro que também já garanti minha foto em frente a Casa Rosada.

Foto "turistona-mas-tem-que-ter" na Casa Rosada

Por isso, acredito ser útil sugerir um roteiro para quem vai a Buenos pela primeira vez e quer ver um pouco de tudo. Vamos supor então que você tenha três dias inteiros para conhecer a cidade, uma média comum entre os brasileiros.

PRIMEIRO DIA – Entenda o espírito portenho logo de cara!

Fachada da Catedral Metropolitana de Buenos Aires.

Vá à Praça de Mayo, palco das mais importantes manifestações históricas do país. Lá é possível ver a Casa Rosada (existem visitas guiadas), o Cabildo e a Catedral.

Ainda na região, caminhe até a Praça do Congresso e a Av. de Mayo, com sua arquitetura européia marcante, e aproveite para tomar café no celebrado Tortoni, programa  mais que obrigatório!

Na parte da tarde, explore o internacionalmente famoso Teatro Colón. Inaugurado em 1908, a casa por onde já passaram talentos do porte de Caruso, Pavarotti e Maria Callas foi recém-reformada e pode ser conferida em seu belo interior em tours guiados que acontecem entre as 09h00 e 15h45, diariamente.

Puente de la Mujer em Puerto Madero

À noite, a pedida é Puerto Madero. Provavelmente, você vai ouvir mais português do que espanhol, mas vale conferir de perto o projeto de revitalização desta área portuária, caminhar pelos antigos armazéns, tomar um helado na famosa sorveteria Freddo e desembolsar um pouco mais em um jantar por essas bandas.

SEGUNDO DIA –  Já pode ir para a Calle Florida? Jáááá!!!

Calle Florida – Compras em meio a faixas e protestos pra ficar mais animado!

Apesar de ser uma zona muvucada, que mescla lojas famosas das Galerias Pacífico com outras super populares, artigos de couro com bijuteria, artistas de rua com ambulantes e até alguns protestos ocasionais, como aconteceu comigo nesta última vez, taí uma região a-ma-da pelos brasileiros!

Em parte, credito isso a realização do aguardado momento “compras em Buenos Aires”, mas  em geral  acho válido sim ir pelo menos uma vez para tirar suas próprias conclusões. Só fique esperto com produtos de qualidade duvidosa e atento a sua bolsa e carteira, pois turistas são alvo fácil na região. Mas não é nada que você já não faça em qualquer grande cidade aqui no Brasil.

Obelisco, bem no meio da Av. 9 de Julio, “la mas ancha del mundo”

Ali perto está a Av. Corrientes. Chamada de “Broadway” portenha, ela abriga os principais teatros da cidade, além de inúmeras livrarias, que são uma forte característica de Bs. As. No cruzamento com a Av. 9 de Julho, a avenida mais larga do mundo, você irá “ticar” mais um cartão postal: o Obelisco.

A tarde vá para a Recoleta, bairro nobre de Buenos, com belas ruas arborizadas. Por lá estão o Cemitério da Recoleta, com a célebre tumba da Evita, a Floralis Genérica, aquela gigante flor prateada, o Jardim Japonês e o Museu Nacional de Bellas Artes.

MALBA – Onde está o “nosso” Abaporu!

Falando em museu, eu, se fosse você, seguiria em direção a Palermo e guardaria um tempinho para visitar o Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA). Lá, você verá de perto o  brasuca “Abaporu”, da Tarsila do Amaral, além de obras do Di Cavalcanti, Helio Oiticica , Ligia Clark, Fernando Botero, Diego Rivera, Frida Kahlo, entre outros.

Ainda em Palermo (que valeu um post à parte aqui), por uma questão de tempo opte pelo o que for mais sua cara: um passeio ao Jardim Botânico, que fica ao lado do zoológico, ou às lojas super bacanas de design, roupas e sapatos, que podem terminar com um jantar ou um cappuccino em um dos charmosos cafés do bairro, como o Rio Café ou o café-livraria Oceano. Essa última opção, sem dúvida, seria minha escolha!

TERCEIRO DIA – Tango!

O ideal é que você possa organizar sua viagem para que esse dia caia no domingo.

Tradição: Sai domingo entra domingo e este casal baila seu tango na Plaza Dorrego, entretendo os passantes de San Telmo.

Comece pela agradabilíssima Feira de San Telmo que só ocorre nesse dia da semana e merece ser visitada sempre, independente de quantas vezes você for à cidade. Vá para lá de manhã, quando a Plaza Dorrego está mais vazia e é possível percorrer com calma as tendas com antigüidades e ver os shows de tango como o da foto acima, que acontece na calçada, bem na nossa frente.

Patins de gelo, roda de bicicleta e um lustre. Te animas?

Se perca pelos antiquários e galpões do bairro que guardam verdadeiras preciosidades. A foto acima é de uma das minhas lojas preferidas e fica na maior galeria de San Telmo, que mescla antiguidades com açougues e bancas de verduras!

Composição de cores dos cortiços de zinco do Caminito

Na parte da tarde,  garanta mais uma foto clássica no seu álbum de viagem indo ao Caminito, no bairro La Boca. Conhecida pelas casas de madeira e zinco coloridas, construídas pelos imigrantes europeus que chegaram à Bs. As. no final do século XIX, a região também abriga a Bombonera, estádio do celebrado time de futebol Boca Juniors.

Por lá, a boa é sentar em algum dos vários botecos, pedir uma Quilmes, beliscar uma empanada e se divertir com o movimentos dos artistas de rua. Olho vivo: assim como a Calle Florida, redobre a atenção com seus pertences.

Em 2009, o show do La Ventana fechou super bem a viagem das três gerações de mulheres da família. Com direito a prosseco e tudo!

Para fechar o roteiro e o dia, nada como escutar um bom tango de Gardel, ao vivo!  A cidade tem shows para todos os gostos, públicos e bolsos. Para um concerto mais intimista, a partir de 90 pesos, confira a agenda do Café Tortoni; uma experiência diferenciada e envolvente, você encontra por 800 pesos no Rojo Tango, que fica no moderno Hotel Faena; para um “clichezão” (o equivalente a levar gringo em escola de samba: tem sua graça, mas clichezaço), vá ao Señor Tango, desde 170 pesos; e para um clichê mais suave, com mais charme e menos “circo”, recomendo o La Ventana, a partir de 280 pesos. Fui com minha mãe e avó e nos divertimos bastante!

Agora, se quiser ouvir musica típica e (bônus!)  estar e dançar entre os locais, recomendo o tour pelas milongas, organizado pela Cultura Cercana. Outra dica é checar se a Orquestra Típica Fernandez Fierro está em cartaz para conferir a  mescla de artistas jovens com o tango de raiz.

Bom, é isso. Em três dias dá pra ver o basicão. A cidade pede pelo menos uma semaninha para ser desfrutada. Mas sabe o que eu gosto de pensar? Que a vida irá me proporcionar vários retornos aos meus lugares mais queridos. É com otimismo que se viaja!

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